Amores Confusos

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uma observadora

Monday, December 27, 2010

Quão desesperante é ver o fim de um grande amor.
Como estrelas que se apagam.
O céu torna-se escuro, a chuva cai do céu de sonhos construídos, dos olhos que vislumbravam um futuro a dois, da alma que sofre a perda.
Porque sonhos são castelos no ar.
e como já dizia o poeta: "sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só,
mas sonho que se sonha junto é realidade".
Meu pecado foi sonhar, sonhei demais e não acordei
Agora desperto em meio a um pesadelo de dor, sofrimento, perdas.
Não existe amanhã para nós.
Acabou!


Izd Sun Ril

Wednesday, August 19, 2009

FETICHE


Cada um tem uma loucura escondida nos recônditos da alma. A loucura dela eram os odores. Adorava o cheiro do seu homem, aquele cheiro inconfundível de testosterona misturado a perfume e suor, cada vez que ele tirava uma blusa e entregava-lhe para lavar primeiro ela cheirava, cheirava e delirava com o odor daquele homem no tecido. E viajava e se tele-transportava para o dia em que se conheceram, para a primeira vez que jantaram juntos, para o primeiro beijo, para a primeira transa.

Qual a finalidade de reviver momentos que poderia repetir? Um medo inconfessável de perdê-lo.

Na sua loucura, cada momento juntos era infindável e, quando acabava, poderia continuar sentindo-o. Montou em seu guarda roupa um museu dedicado a ele, uma rosa amarela seca, resquício do primeiro bouquet de flores que ganhou dele, o primeiro CD ´presente dele para ela e o qual ela escutava nas suas noites solitárias; um minúsculo vidro de perfume Dior o qual ela nunca usava e somente abria para sentir o aroma, assim trazia-o para perto; um porta retratos presente dele para quando tivessem a primeira foto juntos, duas cuecas perfeitamente guardadas, usadas por ele e nunca lavadas, assim teria o odor do sexo dele. Fios de pêlos pubianos guardados em um envelope de cetim vermelho onde podia sentir novamente o odor de sua púbis.

Seria loucura amá-lo tanto para guardar pequenas recordações da vida que possuíam? Seria loucura dormir cheirando a blusa pólo vinho dele, suada e nunca lavada para mantê-lo vivo a seu lado na cama?

Que dizer então das noites em que dormiu vestida com a cueca dele para sentir o sexo dele próximo ao seu?

Alguns têm fetiches, o dela eram os aromas, cada aroma uma história, uma lembrança, um carinho, um mimo, uma sensação que fazia o corpo vibrar como no momento em que estavam juntos.

Cada aroma uma deliciosa sensação de estar sendo possuída e amada novamente, cada vez que o sentia pelo olfato sentia todos os pelos de seu corpo eriçarem-se como de uma gata.

Dormiam juntos duas a três vezes por semana e, quando ele não estava restava os cds tocando com músicas românticas que ele gravou para ela, restava a blusa pólo vinho ocupando o lado direito da cama como se ele estivesse ali e, a cueca que ela dele que ela vestia, daí em diante seria somente masturbação mental e olfativa de sua fértil imaginação para fazê-lo presente.

Assim são os que amam.

Por Izd Sun Ril

Saturday, April 04, 2009

Há muito e nada para contar
Há muito e nada para viver
Há muito e nada para descobrir
Há muito e nada para sentir
O que fazer quando a corda da vida balança e você não sabe para onde vai cair?
O que fazer quando há muito para falar e nada para contar,
Muito há para viver, para descobrir e,
Nada, absolutamente nada para sentir?
A companhia eterna da solidão.
Sentir-se só estando acompanhada.
Sentir-se morta, estando viva.
Sentir-se desnuda, mesmo estando coberta.

Esse é o tempo agora!
Por Izd Sun Ril

Friday, May 30, 2008

Estou vivendo um sonho, do qual jamais desejo acordar.

No meu sonho existe um cavaleiro branco, com sinais que são estrelas pelo corpo, sua armadura é sua transparência, sua boa índole, sua leveza espiritual, seu carinho, calma e tranquilidade.

Em meu sonho não existe dragão a quem combater, somente existe uma fera domada por ser amada.

Ah que sonho mais feliz, dele não quero acordar, dele só desejo continuar sonhando na realidade da vida e do dia-a-dia.

Sonho de olhos abertos, e sonho o dia todo, todos os dias, meu desespero é o sono, porque não sei o que pode acontecer e o que pode permear meu imaginário inconsciente.

Quanta felicidade a vida ainda é capaz de me proporcionar?

Meu cavaleiro branco, de armadura transparente, com estrelhas brilhando em seu corpo, em seu corcel prateado, como é bom voar com você, sentir a brisa, tocar as estrelas!

Wednesday, April 02, 2008

QUESTIONAMENTOS


Uma nave espacial brilhante, girando e brilhante.
Um alienígena estendendo a mão e dizendo: venha comigo!

Quem ousaria recusar o convite?


Quem ousaria embarcar?


Qual o destino da nave?


Que interessa voar para o conhecido?


Que descobertas você pode fazer no desconhecido?


Quem tem medo de fantasmas?


Como eles podem te assustar?


O que falta a você conhecer?


O que você desconhece completamente?


Qual o solo melhor de pisar: aquele que não é conhecido ou aquele que já se tem conhecimento como é?


Você ousa fazer escolhas?


Do que você tem medo?


Qual a verdade que você não quer confrontar?


Existe alguma verdade que te assuste?


O que faz falta a você?


Existem perguntas sem respostas?


Qual a pergunta que você deixou de fazer?


Qual a resposta que você deixou de dar?

Thursday, November 29, 2007

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Principalmente quando sonhamos e temos a dor da descoberta e a delicia do orgasmo. Acordei rindo hoje, e eu que nunca tive nada dele, nem uma mecha de cabelo, uma foto, a lembrança da voz, nunca gostei dele, da aparência, do não dizer o que ele diz. Mas foi um sonho memorável.

Estávamos em uma praia onde acontecia um luau de final de ano, muita bebida e taças espalhadas por longos caminhos de areia coberta com palhas e frutas, estrelas brilhavam cintilantes no céu e eu estava sozinha na beira da água, teria de pular as sete ondas para trazer sorte no ano novo, e ele estava lá o tempo todo me olhando e eu não percebia. Levantei-me peguei uma garrafa de bebida e fui afastando-me das pessoas que estavam conversando e ouvindo música para ficar um pouco mais a só comigo mesma porque "De perto ninguém é normal" e me considero a menos normal de todas para estar com os que se consideram normais.

O ano novo aconteceu e eu não vi nem ouvi. Dormi na areia da praia. Quando acordei lembro de ter pensado: cadê meu celular? Minha bolsa? Minha digital? Olhei para os lados e não encontrei, comecei a correr de volta para onde estavam todos e quando lá cheguei havia pouco mais de vinte pessoas e uma delas era ele, vestido com uma calça branca de linha e uma camisa branca quase transparente, de tão fina eu podia ver seu corpo magro pela camisa e os pêlos grisalhos de seu peito. Cabelos finos levemente ondulados quase grisalhos, parei em frente a ele com a respiração ofegante e as mãos apoiadas nos joelhos e perguntei por minhas amigas, como se ele as conhecesse: então ele me disse sorrindo:

- “O que você procura?”

Fui recuperando a respiração aos poucos e lembro de como ele me olhava, tive a impressão que ele podia ver e ler minha alma. Comecei a lacrimejar, então ele estendeu a mão para mim e disse:

Suba!

Olhei a mão daquele homem estendida para mim, era magra e delicada, suave ao toque, mas firme, segurei a mão dele e consegui subir o primeiro degrau de madeira que fazia parte da longa escada que nos conduziria até uma rua de terra vermelha batida, cheia de buracos e pedras. Ele então subiu a escada segurando minha mão e do topo dela me fez olhar novamente para a praia e perguntou:

- “O que você perdeu?”.

E, olhando aquela areia e imensidão de mar no meio de uma madrugada de ano novo, sem minhas amigas, sem sapato, sem saber onde estava minha bolsa com documentos, celular, digital e, segurando na mão de um desconhecido por quem estava inebriada, respondi: Nada!

Começamos a caminhar pela estrada de terra vermelha cheia de buracos e pedras que nos levaria a um caminho que eu conhecia, pois era o que mesmo que fazia para ir para o lugar onde estava hospedada, casa de uma de minhas amigas.

Andávamos de mãos dadas e vez por outra nos olhávamos, passamos pela casa onde eu estava hospedada, mas a mão daquele homem era tão macia, quente e tão suave ao toque que sem fazer força ele poderia me levar onde desejasse, não olhei para trás para ver a casa onde deveria ter ficado tamanho foi o medo que me dominou dele largar minha mão apesar de não a estar segurando totalmente. Ele parou e perguntou:

- Seus pés estão doendo? Ainda vamos caminhar bastante.

Eu parecia estar completamente hipnotizada, havia acabado de passar por onde deveria ficar e estava caminhando com aquele desconhecido, sem sapatos, sem uma identificação e respondi:

- Não! Eu estou flutuando!

Ele então me lançou um olhar doce e sorriu. Os olhos daquele homem pareciam de um músico, de um pintor de almas, ele tinha encontrado a louca certa para acompanhá-lo onde desejasse, não precisava cantar, falar, pintar, ele só precisou oferecer a mão e me olhar como olhou que eu o seguiria até os confins do inferno.

De repente paramos, uma cabana estava a nossa frente, o telhado era de folhas secas de coqueiro e as paredes eram lençóis brancos que flutuavam com o vento, parecia uma casa fantasma, era totalmente linda, ela não aprisionava. Nas cercanias não havia vizinhos, barulho, somente uma imensidão negra pela noite, então ele afastou um pouco um dos lençóis-parede e entramos, em uma das pilastras de madeira havia um violão branco com detalhes dourados encostado, do outro lado um enorme colchão no chão coberto por lindos lençóis brancos e finos, almofadas brancas com rendas trabalhadas nas pontas, em volta de todo o colchão havia palhas secas circundando-o como raios de sol. Era o lugar mais lindo que eu já tinha visto em toda a vida.

Havia uma cadeira branca onde ele me fez sentar, sorriu e saiu, quando voltou trazia nas mãos uma bacia com água e uma toalha branca. Colocou a bacia no chão próximo a meus pés e disse:

- "Coloque seus pés nesta água, não devemos levar pra cama o sofrimento e sangue espalhados ou conquistados no caminho".

Eu não pensava, eu só obedecia, então ele se afastou de mim, pegou o violão e começou a cantar:

"lua na folha molhada
brilho azul-branco
olho-água, vermelho da calha nua
tua ilharga lhana
mamilos de rosa-fagulha
fios de ouro velho na nuca
estrela-boca de milhões de beijos-luz
lua
fruta flor folhuda
ah! a trilha de alcançar-te
galho, mulher, folho, filhos
malha de galáxias
tua pele se espalha
ao som de minha mão
traçar-lhe rotas
teu talho, meu malho
teu talho, meu malho
o ir e vir de tua
o ir e vir de tua ilha
lua
toda a minha chuva
todo o meu orvalho
caí sobre tis
e desabas e espelhas da cama
a maravilha-luz do meu céu
jabuticaba branca"

Eu não respirava, não falava, sentia meu coração palpitar e querer sair do peito, um suor fino escorria de meu pescoço por entre meus seios, eu sentia nitidamente o sangue correr por minhas veias, havia tirado os pés da bacia de água e ele cantava andando em círculos em volta de mim, olhei para cima e as palhas não cobriam totalmente a cabana e era possível ver estrelas brilhando naquela noite escura.

Ele parou diante de mim, me beijou docemente. A boca daquele homem era como uma fruta rara e exótica, doce e úmida, inebriante como um vinho antigo, eu não conseguia sentir meu corpo, mas sabia que ele estava me tocando por entre as pernas, sentia seus dedos dedilharem por entre minhas coxas como ele fez com seu violão.

Fizemos amor e era possível ver o brilho de seus olhos e a paz que inundava meu ser, às vezes ele falava coisas que me pareciam incompreensíveis, mas agora possuem grande significado, até seu silêncio era revelador.

Acordei, com um sol forte acima de mim, olhei a minha volta, uma garrafa de Absinto ao lado, as ondas da praia banhando meus pés, meu celular, bolsa e digital de um lado, do outro, um cachorro labrador com o qual estava abraçada, enorme, amarelo, de olhos amarelos e brilhantes, com uma coleira que dizia:

Feliz Ano Novo! Com amor,
Caetano

Por Izd Sun Ril
29/11/2007

Saturday, November 03, 2007

E a música tocava, e ela desprendia-se do corpo e bailava no ar, rodopiava e seus cabelos dançavam ao vento de uma brisa suave e embalada estava pela suavidade que sentia, pelo peso que não mais existia em sua vida, estava em um extase de felicidade que nenhum outro ser poderia sentir mas poderia proporcionar...



A noite iluminava de estrelas seus cabelos e seus olhos eram como diamantes brilhantes porque tinha a quem olhar e o que via era a plenitude de um Deus, sentia-se embriagada sem precisar sorver uma gota de vinho, mas sentia o quanto podia ser doce seu gosto e alucinante seu poder...



Havia trasnposto as barreiras e agora conseguia materializar-se onde desejasse pois seu espírito estava livre, não existiam mais as âncoras que arrastam para o aprisionamento no mesmo ponto...



E enquanto falava podia sentir a respiração próxima a seu pescoço, ouvia de olhos fechados as palavras que ele poferia, como podia ser forte e doce sua voz? Mas ela sabia que ele não estava ali, mas seria demais dizer que ele não existia, porque ela havia desejado sua existência e ele surgiu radiante diante de seus olhos...



Todo amor deve ser cego, para vermos somente uma imagem: da pessoa amada.

Todo amor deve ser surdo, para escutarmos somente a voz de quem amamos.

Todo amor deve ser mudo, para que só possamos dizer o quanto amamos.


Por Izd Sun Ril
junho 2008